Caseos e amigdalite crônica caseosa

A amigdalite crônica caseosa é uma situação benigna e não inflamatória, frequentemente confundida com a amigdalite aguda devido a presença de pontos brancos a superfície das amígdalas.

Esses pontos brancos são os chamados caseos que podem ser expelidos pela fala, tosse ou espirros. São massas amareladas viscosas com odor desagradável que se formam em sulcos localizados na amigdalas. Seu nome vem do latim “caseum” que quer dizer queijo. Os caseos se formam quando temos uma diminuição do fluxo salivar e/ou descamação epitelial acima do normal.

Seu odor é causado por bactérias anaeróbias que produzem compostos voláteis sulfurosos, que são gazes derivados do enxofre, conferindo um cheiro de ovo estragado, sendo uma causa comum de mau hálito.

As criptas são os sulcos/fendas presentes na superfície das amigdalas, com a função de captação de microrganismos para evitar infecções, mas não sabemos ao certo porque aumentam de tamanho, causando acúmulo de alimentos em seu interior.

A amigdalite crônica caseosa não é uma doença, é uma situação benigna e não inflamatória, sendo mais um problema social que traz desconforto e insegurança no trabalho e no convívio social.

Sintomas

  • Sensação de algo parado na garganta
  • Dor na garganta
  • Mau hálito
  • Amigdalite de repetição
  • Saída de caseos da garganta
  • Geralmente os sintomas cessam após a eliminação do caseo.

Causas

Ocorre mais em pessoas que tem amigdalite de repetição, porém podem aparecer em pessoas de qualquer idade, inclusive em pessoas que nunca tiveram sintomas tonsilares.

Diagnóstico

Quando o médico não tem experiencia ou equipamento apropriado para avaliação da garganta, pode haver o diagnóstico incorreto pela falta de visualização das amigdalas, por isso o correto é uma consulta com um médico otorrinolaingologista.

Nessa consulta, um exame físico voltado para avaliação da garganta é feito com a oroscopia. Pressionar a amigdalas pode fazer sair os caseos que ficam presos nas criptas das amigdalas.

Exames complementares não são necessários, mas a nasofribrolaringoscopia com endoscópio flexível pode ser realizada para avaliar a parte posterior e inferior das amigdalas.

Exames de sangue podem ser feitos se houver dúvida no diagnóstico, mas seu resultado geralmente vem sem anormalidades.

Tratamento

O tratamento da amigdalite crônica caseosa pode ser feito com uso de anti-inflamatórios, de gargarejos com soluções salinas e antissépticas, mas não apresentam resultados satisfatórios.

Gargarejos com a presença de agentes oxigenantes (um ou mais associados), como a água oxigenada apresentam melhores resultados do que os de solução salina ou com antissépticos. Esses agentes oxigenam periodicamente as criptas e as tornando menos propícias à colonização por bactérias anaeróbicas, causando menos odor e incomodo com a presença do caseo.

Cutucar as amigdalas no intuito de tirar o caseum também não resolve o problema e pode causar complicações como sangramento e infecção da amigdala.

Quando as alternativas anteriores não surtem resultados, podemos indicar a cirurgia de remoção das amigdalas, a amigdalectomia. Embora essas serem comuns na prática dos otorrinolaringologistas, não são isentas de riscos, tanto sob o ponto de vista anestésico quanto cirúrgico propriamente dito, em especial, sangramentos.

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