Alteraçâo e perda de olfato e suas consequências.

O olfato é um dos cinco sentidos básicos e é o primeiro a se desenvolver quando ainda somos um feto. É importante pois é um tipo de defesa contra alimentos estragados, incêndios e escapes de gás. Alteração do olfato causa perdas sociais importantes como no caso de bombeiros, empregados de empresas de perfumes, cozinheiros e degustadores de vinhos, pois 80% do paladar depende do olfato.

Estima-se que mais de 2 milhões de americanos já sofriam de perda de olfato antes de pandemia e mais de 75% da população acima de 80 anos tem algum tipo de alteração do olfato.

Causas de perda de olfato

A principal causa de alteração no olfato é a infecção por vírus causadores de gripes e resfriados, geralmente vem associada a sintomas gripais como obstrução nasal, coriza e espirros, mais comum em mulheres, melhorando espontaneamente em 3 dias na maioria dos casos.

No caso da perda de olfato causada pela Sars-cov-2 é diferente das demais infecções. Ela geralmente não vem acompanhada de obstrução nasal e tem início mais súbito podendo acometer até 86% dos infectados. Ela também é mais intensa e demora até 6 meses para obter melhora dos sintomas, mas podendo deixar sequelas para o resto da vida.

Outra causa de perda de olfato é o traumatismo craniano tão comum em acidentes de carro, por exemplo.

O envelhecimento pode causar perda de olfato. Estima-se que perdemos 1% do olfato por ano, com piora depois da sexta década de vida.

Mínimas alterações na olfação podem ser um sinal precoce de desordens neurológicas, como nas doenças de alzheimer e de parkinson.

Exposição a tóxicos como cocaína, álcool, anfetaminas, formol, benzocaína, tetracloreto de carbono, benzina e nicotina podem causar perda de olfato.

Outras causas incluem rinite alérgica, sinusites, alterações genéticas, radioterapia e tumores cerebrais e nasais.

Tipos de alteração de olfato

  • Anosmia: é a perda da capacidade de sentir cheiros.
  • Hiposmia: o olfato está diminuído, mas não ausente.
  • Hiperosmia: aumento exagerado da sensibilidade do olfato. Por exemplo na gestação.
  • Fantosmia: a pessoa percebe cheiros que não existem. É um tipo de alucinação olfatória.
  • Parosmia/Disosmia: distorção dos odores
  • Cacosmia: quando sente cheiro ruim, podendo ele existir ou não.

Esses problemas podem afetar gravemente a qualidade de vida das pessoas, principalmente porque suas queixas não são levadas a sério por outras pessoas ou profissionais.

Como ocorre a percepção do olfato:

As partículas odoríferas são captadas principalmente pelo nervo olfatório, localizado no teto da parte interna do nariz, sendo o principal responsável pela olfação. Mas a  percepção olfatória é feita em associação com receptores de outros nervos, como o nervo trigêmeo, nervo facial, nervo glossofaríngeo e nervo vago. O nervo glossofaríngeo é de considerável importância e pode contribuir em até 30% da percepção do odor de certas substâncias.

Interessante saber que mesmo a pessoa que perdeu totalmente sua capacidade de sentir cheiros mantem a função protetora do nervo trigêmeo e detecta imediatamente a presença de amônia.

Existem cerca de 25 milhões de receptores de olfato dentro da cavidade nasal dos adultos jovens. As partículas de olfato se ligam nesses receptores e ativam o nervo olfatório, que envia essas informações para o cérebro.

No cérebro, mais especificamente no córtex olfatório, é feito o reconhecimento e administração da fragrância. Também ocorre a interação dessa informação odorífera com regiões responsáveis pela aprendizagem, comportamento e pelas emoções.

Isso explica por que algumas fragrâncias podem evocar aspectos diversos de nossa memória. Cada tipo de emoção é variável de acordo com as suas experiências, podendo-se ter associação de um cheiro com uma particular emoção, como tristeza, alegria ou saudade, fazendo nos lembrar de um lugar, uma pessoa ou um fato marcante do passado. Essa capacidade de atribuir lembrança a odores é chamada de memória olfatória.

Diagnóstico

É necessário a avaliação de um médico otorrinolaringologista, para avaliação de nariz, boca e sistema neurológico.

Exames

  • Endoscopia nasal: verifica a existência de doenças ou anomalias no nariz e garganta.
  • Tomografia computadorizada de seios paranasais: excelente para avaliação de tumores e infecções nasais.
  • Ressonância nuclear magnética: deve ser realizada em busca de alterações no cérebro e no nervo olfatório.
  • Exames de sangue: dependendo da história e do exame físico, os exames podem ter um papel importante.
  • Teste upsit: teste rápido de múltipla escolha.

Tratamento

Depende muito do que causou a perda de olfato.

  • Medicações como antibióticos, descongestionantes nasais, vitaminas, corticóides nasais e sistêmicos podem ser usados.
  • Nos casos de rinite alérgica, a imunoterapia pode ser indicada.
  • Treinamento olfatório pode ser realizado em todos os casos, principalmente naqueles com pobre resposta as medicações.
  • Cirurgia nasal pode ser feita em casos de desvio de septo nasal, hipertrofia de cornetos nasais, sinusite, rinite, polipose nasal, tumores nasais.
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